Inteligência emocional

Caríssimos no Senhor

 

O que cada um semeia isto mesmo colherá, ensina a Palavra de Deus. Se puseres espinhos diante de ti, até para teu próximo, sobre eles cairás, se puderes flores, até para teu próximo, sobre elas cairás, que pretendes pôr em teu caminho?

Para-se falar de nobreza humana temos que considerar a capacidade emocional que uma pessoa pode ter para com outra, sua capacidade de acolher, de relevar o mal recebido, na capacidade de, por vezes, pagar o mal recebido com um bem por ele doado.

Vi, com interesse, o legado de Bruce Lee nos EUA, seu Jet Kune Do. Agora creio entender por que me fascinava e ainda fascina as artes marciais, o Kung Fu, além do que cresci vendo estes filmes.

Enquanto tinha minha consciência filosófica empobrecida por discursos que não podiam chegar à minha consciência, ainda menos em minha vida, estes filmes acabavam por ser propósito e filosofia para mim, que exorta a um caráter pró-vida e favorável a justiça.

Bruce Lee não acreditava e declarava abertamente que não deveria ensinar apenas os do seu povo, pois ele acreditava que em todos os povos haviam pessoas de valor, por isto ele acolhia a todos os que queriam aprender com ele, seu condicionamento físico, sua autodefesa, sua forma de lidar com os outros e com os problemas da vida.

Paulo Freire, educador, disse que nós não podemos esperar, mas esperançar. Esperar é ficar no aguardo de que algo aconteça de modo passivo. Esperançar é esperar de modo ativo, reagindo contra aquilo que aspiramos que aconteça, para nosso bem e de outros.

No Salmo 1 eu tinha memorizado errado: “Feliz aquele que anda no caminho do Senhor”. A passagem está assim: “Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite”.

Serviço não é inanição é ação, oração é a junção da palavra ora com ação, da Missa surge a Missão de evangelizar e chamar os seres humanos para serem filhos de Deus, na aceitação de Deus e numa vida que o agrade, sendo propagadores desta adoção filial que obtemos do Espírito Santo para o Pai.

Vacilava na fé, pois via que minha fé era um momento: de estudo, de oração, de canções, mas não era para todo momento de fato, algo desligava em mim e eu me via perdido num pensamento vazio de pecado, que hoje luto mais ardorosamente para evitar, sobretudo aquele que busca instalar-se em minha mente, porque o mal é concebido primeiro na mente e no coração para depois ser concretizado, eu creio que o combato mais eficazmente hoje que em tempos passados, eu o rebato (como na música do grupo Rosas de Saron) com mais rapidez.

Dei um passo e recomendo que todos o deem, se ainda já não o deram, comi, se há quem ainda não tenha comido, a Palavra de Deus, como o profeta Isaias, se não me engane, Deus lhe disse que comesse o rolo, a Palavra de Deus para anunciá-lo ao povo para que crescessem na justiça das boas relações pessoais, no respeito dos direitos alheios (Daniel 12,2-3).

Preocupo-me com a geração atual, veem bruxos fazendo bruxaria, graças aos seus poderes são capazes de matar aqui e ali, isto estão aprendendo nossos jovens e crianças.

Há filmes até em cinema cujo entretenimento é ver uns psicopatas fazendo jogos masoquistas com outras pessoas.

No meu tempo não havia tanta apologia à psicose e ao masoquismo, embora não tivéssemos sido assim tão sensíveis aos outros e à vida de um modo geral, penso se esta geração pensa na vida de modo melhor, eu creio que não.

O relacionamento social bem sucedido e favorável depende de que as pessoas sejam maduras nos seus sentimentos emocionais, maduros na caridade. Sem Deus, todo discurso creio ser vão em verdade, se ele é ouvido, quando ele é ouvido, pois pode não ser nem mesmo ouvido, ele pode não ser entendido e ainda que ele seja entendido, nele não há poder de transformar tanto a pessoa, algo necessário porque cada um de nós precisa é de conversão, mudança radical de direção.

Um padre falou bem de que o problema da sociedade é a perda do absoluto (Deus) e se tornou relativo, as pessoas vivem na aparência das coisas, valorizando-as pela aparência e não pelo seu valor em essência, vale o que favorece o interesse das pessoas.

Eu fico meio revoltado com a teologia é porque ao invés de resolver o problema, levar Deus ao relativismo social, as pessoas “teólogas” só querem fazer seu nome em experimentos científicos e sociológicos e que cada um receba o que cabe as suas obras.

A lei do amor de Deus nos manda amar, não só ganhar nome pelo que fazemos, isto é muito mais relevante quando decorre de um ato que realmente edifique a sociedade.

A Palavra de Deus ensina a justiça, ela penetra na divisão da carne com o espírito, faz a verdadeira mudança que todo ser almeja para si e para seus semelhantes, pois, dissociados de nosso egoísmo nós nos abrimos ao amor ao próximo e isto é o que cada ser humano deseja receber do mundo que o circunda por primeiro.

Devemos ver o exemplo de Cristo para verdadeiramente amarmos, Ele disse ao Pai: “Se for do seu agrado afasta este cálice de mim, mas, contudo seja feita a vossa vontade”.

Erro teológico é daqueles que pensam que a Paixão de Cristo não lhe custou nada, ninguém soa sangue se não for por profundo desespero, ninguém sofre, cai e morre se não tiver padecido muito, num verdadeiro sofrimento Deus está em melhor condição de remir todos os que estão à mercê de situações similares de sofrimento.

Jesus não nasceu num palácio, os três reis magos O procuravam no palácio, mas Ele nasceu num estábulo, local onde: ricos e pobres O pudessem visitar, para que fosse Natal para todos; a graça de Cristo é para a alegria dos abastados em suas necessidades, quanto para os pobres em suas necessidades. Os planos de Deus podem não ser os nossos, mas o que Ele nos reserva é melhor do que aquilo que aspirávamos para nós se nós fazemos a sua vontade, é preciso que estejamos prontos para dizer como Ele: “Seja feita a vossa vontade Senhor”.

Tenho comigo que as inúmeras pessoas que vivem nas ruas não estão nas ruas por miséria, mas por falta de amor em seus lares.

Precisamos reprogramar nosso emocional, ir para o tempo dos apóstolos e beber da caridade que havia no meio deles para progredir, buscar o dom do Espírito Santo sem o qual não daremos frutos de verdadeiro amor e virtude para sermos as pedras chave que podem, de fato, gerar um céu para nós mesmos e nossos irmãos na fé, a que naturalmente demos propagação do inferno que não raro vemos à nossa volta para os outros.

Meditando no Advento do Cristo no Natal, na Novena de Natal, refletimos sobre uma passagem de Isaías em que ele faz menção a João Batista, daquele que clama no deserto e orienta a que os vales sejam nivelados...

Eu comentei que os vales são as nossas pessoas, precisamos repensar a nossa maneira de viver, para ver se ela é conforme a vontade de Deus ou se ela não é, onde ela deve ser mudada para que seja.

Quem não repensa na sua vida terá por herança a condenação eterna. Jesus veio trazer um batismo do Espírito Santo e de fogo, para que sejamos salgados pelo temor da condenação. Deus é santo e recompensará e quererá a presença dos santos nos céus, por isto aconselho, como Deus o faz a vós, santificai-vos para andar com o Senhor e ganhar sua graça pelo caminho para que não chegue o julgamento e Ele te entregue ao seu carrasco.

O pensamento de Deus Bíblico não reduz a virtude de ninguém, antes a leva a perfeição, cabe a nós vermos o que as tradições cooperam ou combatem o que é virtude. As pessoas de tempos antigos por vezes pensavam e agiam de acordo com o nível cultural de sua época, por isto nós devemos ver o quanto é justo ajustar seus pronunciamentos para que ele seja aprimorado e favoreça mais ao bem comum.

Crianças por vezes brincam com imagens sacras e por vezes elas podem vir a quebra-las, devemos sentir pela quebra desta imagem, mas Deus morreu numa cruz não por amor de imagens, mas para salvar os seres humanos.

No livro do Padre Manuel Idalgo eu vi o testemunho, em lendas, de que uma pessoa disse que ciência é quando nós aprendemos com as experiências dos outros, por isto sabemos o sabor de uma maçã saboreada por outra pessoa. Disse também que não é a escuridão que existe, mas a luz, como há falta de Deus onde ele não existe.

Uma pessoa perturbada interpelou-me, reclamou estar desempregado, senhor de filhos e netos, lembrei-me destas lendas do livro e lhe disse que o conselho de orientadores por vezes é melhor do que todo o esforço que façamos para nos orientar, não arredei pé, o valor de Deus é inquestionável, bom para toda espécie de dificuldades que temos na vida. O livro me perguntava se eu tinha feito alguma obra de caridade e naquele mesmo momento pude aconselhar aquele senhor, enquanto pensava que minhas boas obras estavam um pouco mais no passado.

Minha obra do passado é esta e eu pretendo anunciá-la aqui para inspirar a outros a fazerem bem para os jovens e adolescentes e mesmo a si mesmos, o Catecismo da Igreja Católica está vindo numa versão, ele se chama Youcat, é um caminho para conduzir os jovens rumo ao catecismo e à humanidade da caridade e fraternidade, para que não se prendam totalmente no materialismo esvaziante.

Espero, com a graça de Deus e de Jesus Cristo, que eu e toda a humanidade, inspirada no Espírito Santo de Deus, guiada pela Palavra de Deus e dos seus profetas atuais e antigos possa crescer em caridade e fraternidade para, mais que lamentar as tragédias que acontecem com nossos irmãos aqui e ali, possamos nos regozijar pelo carinho demonstrado por irmãos com muita inteligência emocional, amor divino, ali e aqui no mundo.

I Pe 1,5-8 – “Dedicai todo esforço em juntar a vossa fé a fortaleza, à fortaleza o conhecimento, ao conhecimento o domínio próprio, ao domínio próprio a constância, à constância a piedade, à piedade a fraternidade, e à fraternidade o amor. Se estas qualidades existirem e crescerem em vós, não vos deixarão vazios e estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo”.

Abraço de caridade e do Espírito Santo a vós

Adriano