Caríssimos no Senhor
Domingos, como muitos, como a exemplo de São Paulo,
seguiu o exemplo de Jesus. Aquele que as Escrituras profetizavam, em quem se
cumpriu as profecias sobre o Messias que haveria de vir e reinar no trono de
Davi para sempre.
São Paulo dizia em seu tempo e ecoa até hoje e pela
eternidade seu pronunciamento público: “Tornai-vos os meus imitadores, como eu
o sou de Cristo” (I Cor 11,1).
São Paulo falou do dom de línguas, os dons do
Espírito Santo, e eu gostaria de falar, pois há muitos que desacreditam no dom
das línguas quando elas não se referem às línguas humanas.
Quando Pentecostes aconteceu o Senhor preparava
seus apóstolos para que fossem pelos países e profetizassem às nações diversas,
por isto o dom de línguas era, sem dúvida, um dom para que a Palavra de Deus chegasse
de maneira compreensível aos povos de línguas diversas, chegasse aos confins do
mundo e a toda a humanidade.
A influência de Jesus não estava sob a limitação da
barreira das línguas. Aquele que confundiu as línguas é Senhor das línguas e
faz de seus humildes servos alguém capaz de levar o amor de Deus, Jesus a
todos.
Em I Coríntios 14, todo este capítulo é dedicado
por São Paulo ao dom de línguas e a inspiração do Espírito Santo é a influência
que Deus inspira aos que o seguem sinceramente.
Cogitava-se tirar os crucifixos dos lugares
públicos no Brasil, lugar que sempre ocuparam por gerações antigas, entre
homens marcantes na história por seus bons feitos no passado, pela sua virtude e
temor a Deus. Os resultados têm se visto da desentronização de Deus dos
corações, idéia, portanto, vantajosa é entronizar a Deus nos corações, pois sua
remoção tem mostrado seus resultados, como vemos na política, algo que a
própria Palavra nos ensina que é: declinante. Convém contar com Deus para que
nossos trabalhos sejam abençoados e tornados, por Ele, prósperos.
Não somos nós que falamos, mas o Espírito Santo nos
dá a orientação para o dizer e o fazer, como foi no passado é com o atual da
história.
Se bastasse nosso próprio querer aonde nós chegaríamos?
Reflito recentemente, até por esta fecunda e útil reflexão deste ano santo,
sobre misericórdia, é, portanto, imprescindível que ajamos pela misericórdia
para com os outros, pois quando a miséria de outros não é material ela é de
outra ordem. Cada um deve preocupar-se em fazer a vontade de Deus, pois o que é
pior é não fazer a vontade de Deus.
Possuído um jovem, ele falava a um cristão maduro
na fé e no ministério da fé, o medo que sentia da ação do mal, mas Deus e Jesus
são maiores, com fé, ele foi vencendo esta manifestação. Há muitos que não
ficam como ele, travados à noite, mas livres para pecar. Senti certa inveja
dele, até com o desejo de ter a graça que ele teve, pois ficar travado é boa
coisa se não for para pecar e desagradar a Deus.
I Cor 14,11 – Porém, se desconhecer o sentido das
palavras, serei um estrangeiro para quem me fala e ele será também um
estrangeiro para mim.*
O comentário da Bíblia Ave-Maria nos dá esta
exortação sobre este versículo acima: Estrangeiro, literalmente: um bárbaro,
alguém que fala mal a língua do país.
Domingos Sávio estudou em escola católica, mas mais
que receber a formação cristã, que o exorta e a todos à caridade (I Cor 14,1a),
também o exortava a ser bom cristão e bom cidadão, isto é estudioso e
trabalhador. Aprendia ele as matérias normais do estudo e também aprendia
ofícios de trabalho com os padres, que cuidavam de crianças pobres de Dom
Bosco, que aspirava encontrar no meio delas pessoas com vocação para o
sacerdócio.
I Cor 3,16-17 – Não sabeis que sois o templo de
Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?* Se alguém destruir o templo de
Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado – e isto sois vós.*
Vivendo em situação precária Dom Bosco e muitos
outros meninos foram acolhidos por Dom Bosco e mesmo Jesus disse aos apóstolos:
“Pobres sempre tereis no vosso meio, mas a mim tereis por pouco tempo”.
Afirmando que o bem a Ele era necessário, não nos faltará oportunidade para
ajudar ao pobre, onde Jesus e Deus residem, onde podemos nos tornar
verdadeiramente ricos no céu, sendo solidários para com eles; manifestado o
amor de Deus através de nós aos outros.
Eu busquei trazer o capítulo 14 do livro de São
Paulo aos Coríntios para elucidar que São Paulo falava do dom de línguas, sem
que ela fosse compreensível, embora menor que o dom de profecia (que edifica a
comunidade), é dom de Deus, desejado por São Paulo que todos a possuíssem.
I Cor 14,3 – Aquele que fala em línguas não fala
aos homens, senão a Deus: ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas, sob
a ação do Espírito. Aquele, porém, que profetiza fala aos homens, para
edificá-los, exortá-los e consolá-los. Aquele que fala em línguas edifica-se a
si mesmo; mas o que profetiza, edifica a assembléia.
Vi muitas graças de Deus, que alicerçaram uma
formação, até certo ponto, mecânica e fria no que toca a fé, obtida na formação
cristã, privada: de vida, amor e sinceridade. As ações de Deus por meio desta
oração foram como uma locomotiva que desvencilhava-se de obstáculos que
impediam de crer, diante de incredulidades que surgiam de todos os lados para
mim, de mim, dos outros, de vários lugares. As artimanhas malignas estavam
caindo diante de mim, o dedo de Deus estava agindo para acender uma pequena
chama de fé em meu coração, não só meu, mas de muitos mais.
Quando não somos barrados pela incredulidade, nossa
consciência parece obstáculo a Deus, mas a busca e a intimidade com Deus, a
fuga do maligno e do pecado o afastaram mais e mais de mim, graças a Deus.
Temor a Deus é um dom do Espírito Santo, devemos
temer desagradar a Deus, pois não vem para nós recompensa se o desagradamos, é
uma consciência permissiva e maligna, concessiva a que pensa em Deus como bom e
bobo ao mesmo tempo, que sempre ama ao pecador mais perverso, que não emenda e
não converte a sua vida para a vontade de Deus. Deus não faz apologia ao mal,
ele que não poupou os que pecaram no passado, ceifando pecado e pecador, por
Jesus ama o pecador, mas abomina o pecado, se este crer e se converter a Jesus,
este se salvará, mas se não, ele será condenado eternamente.
Ou queremos a presença de Deus conosco, ou teremos
a ausência Dele pela eternidade. Ou teremos a presença Dele no céu junto a nós,
ou seremos postos juntos ao maligno que recebeu por primeiro a condenação
eterna e vive com as almas já condenadas no meio do mar de fogo que as queima
vez por outra, com intensidade, não se restringindo a isto somente seu suplício
eterno.
Aos que creem em Jesus, com sua vida não totalmente
purificada, o fogo do purgatório é o destino das almas, que, como ensina a
Igreja Católica, tem a certeza da salvação. Devemos nós todos rezar por estas
almas, tanto mais porque os nossos mais próximos podem estar lá. Esperam contar
com nossa oração, pois já não podem fazer nada para seu bem. O tempo é aqui e agora,
escolhamos pelo amor e pela misericórdia, pela fé e pela concórdia.
Não deveríamos criar coisas no que se refere ao ser
humano, pois ele é humano como nós, tendo as peculiaridades próprias de ser
humano, mas também na alma tem seu traço de humano, a escravidão do pecado, por
isto, se torna imperativo que vivamos a misericórdia, sabendo bem o custo da
convivência. Jesus nos deu o exemplo, se deu na cruz por amor, assim também nós
devemos nos gastar até o fim por amor dos outros.
Verdadeira consciência cristã é esta, expressa por
Santo Agostinho na sua obra: Cidade de Deus. Ele disse: “No mundo se construiu
duas cidades, uma por amor de si até o desprezo do outro. E outra cidade, por
amor dos outros até o desprezo de si mesmo”.
A segunda asserção se refere aos que são
verdadeiramente cristãos, que não somente se arrogam títulos diversos, sem o
fundamento mais principal, viver como Jesus viveu, sendo assim verdadeiros
cristãos.
Quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro
diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo (I Cor 3,11).
São Domingos Sávio viveu uma vida humilde, privado
de plena saúde, privado tantas vezes de recursos materiais, mas amou a Deus em
sua realidade, se doou aos doentes daquele povoado, enquanto ele e as crianças
de seu orfanato eram julgados como marginais; meninos sem pais ou lares, eles,
depois de orientados por Dom Bosco e seu grupo, se tornaram anjos que foram
úteis àquele povo como verdadeiros anjos físicos a acolher as misérias que
sobrevinham aos desafortunados convivas de sua comunidade social.
Abraço do Espírito Santo a vós
Adriano