Caríssimos no Senhor Deus único
No meu estudo bíblico, duas passagens me marcaram
pela instrução que elas trouxeram a minha reflexão e a minha formação.
Tiago 3,13-17 – Quem dentre vós é sábio e
inteligente? Mostre com um bom proceder as suas obras repassadas de doçura e de
sabedoria. Mas, se tendes no coração um ciúme amargo e gosto pelas contendas,
não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que vem
do alto, mas é uma sabedoria terrena, humana, diabólica. Onde houver ciúme e
contenda, ali também há perturbação e toda espécie de vícios.
A sabedoria, porém, que vem de cima, é
primeiramente pura, depois pacífica, condescendente, conciliadora, cheia de
misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, nem fingimento. O fruto da
justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz.
Tiago 4,1-4 – Más paixões
Donde vêm as lutas e as contendas entre vós? Não
vem elas de vossas paixões, que combatem em vossos membros? Cobiçais, e não
recebeis, sois invejosos e ciumentos e não conseguis o que desejais; litigais e
fazeis guerra. Não obtendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis, porque
pedis mal, com o fim de satisfazeres vossas paixões.
Adúlteros, não sabeis que o amor do mundo é
abominado por Deus? Todo o que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de
Deus.
Todo o capítulo 4 de Tiago é muito rico e pretendo
mencioná-lo abaixo no que tem de mais marcante, esperando falar algo proveitoso
sobre ele, sob a luz de Deus.
Tiago 4,6b – Por isso, ele diz: Deus resiste aos
soberbos, mas dá sua graça aos humildes (Prov. 3,34).
Aconselho-vos para que haja luz em vós e não trevas;
ouvi esta brilhante mensagem na liturgia católica: “Os que creem no Senhor não
andarão nas trevas, mas terão a luz da vida; a caridade abrirá uma luz sobre
aqueles que vivem nas trevas, permanece para sempre o bem que fez”.
Quando na humanidade não há carência e
desconhecimento da fé, há até em meios aos que seguem a fé cristã uma
espiritualidade neo-pagã, que nada tem a ver com um verdadeiro cristianismo,
ela se torna somente algo para adular o ego inflado de pessoas envaidecidas e
alienadas da realidade, pessoas que deixam escapar atos verdadeiramente
amorosos e zelosos, por atitudes que beiram, quando não chegam a ser,
verdadeiramente destrutivas.
Abaixo de Deus esta a humanidade, erra o ser humano
quando pensa ser pleno e capaz sem Deus.
A psicologia e a filosofia devem nos levar a abrir
nossa mente para tudo o que existe, para que não nos restrinjamos ao que há de
mais supérfluo nesta matéria. O conhecimento de Deus se faz necessário
conhecer, penso que com o tempo concluirão como mais contundente e coerente é a
formação cristã e católica, no que possam ter outras de alienismo e
subjetivismo ou mesmo se mostrar incapaz de expressar algo sobre isto.
Ouvi num canal evangélico, algo muito proveitoso,
parei para ver este trabalho que um casal tem feito, no sentido de orientar a
que os casais conseguissem um Casamento Blindado, orientar o casal a cuidar de
sua relação para que ela não se desfaça, mas se mantenha bem estável.
A referência bíblica eu não anotei ou memorizei.
Diz assim: “Vós tendes agido pior que seus pais, pois tendes ouvido somente o
vosso coração maligno”.
Aprendi de um padre da Canção Nova (Pe. Adriano
Zandoná), que a raiz da palavra obediência está relacionada com o ouvir. Aquele
que ouve bem obedece, se submete, se põe sob a missão, se responsabiliza pelos
demais.
De Padre Fábio de Melo, ontem, 15/02/2020 aprendi
que o imaturo fere os outros, mas temos muito a ganhar nos empenhando a termos
atitudes maduras.
O ser humano nasce para vencer a própria
animalidade e também a sua imaturidade, é chamado por Deus a desenvolver-se,
não para ter atitudes de moleque, mas para agregar formação e conhecimento e se
tornar homem e responsável por várias coisas em sua vida.
De um curso de inglês li e ouvi esta frase: “A
natureza nos deu dois ouvidos abertos e uma boca que poderia ficar mais
fechada”. Há outro provérbio antigo que conheço, quero dizer, já desde muito
tempo atrás: “Deus nos deu dois ouvidos e uma boca só para ouvir mais e falar
menos”.
Digo isto, pois há muitos que falam, falam, falam,
não ouvem nada, se sentem os mais perfeitos, incapazes de receberem bem uma correção
justa para uma falta que possam ter cometido, pessoas rancorosas, que cultivam
suas mágoas, enquanto Deus diz no Pai-Nosso, que, Deus nos perdoa à medida que
perdoamos os outros, pessoas tão feridas que ferem até gratuitamente os outros.
Poderiam viver mais plenamente a fé e buscar sua cura interior do coração para
viverem verdadeiramente como cristãos, perdoando e perseverando na
misericórdia, com a miséria de seu semelhante, o que não é diferente dele mesmo
também neste ponto.
Tiago 4,7 – Sede submissos a Deus. Resisti ao
demônio, e ele fugirá para longe de vós. Aproximai-vos de Deus, e ele se
aproximará de vós. Lavai as mãos pecadores, e purificai os vossos corações, ó
homens de dúbia atitude. Reconhecei a vossa miséria, afligi-vos e chorai.
Converta-te o vosso riso em pranto e a vossa alegria em tristeza. Humilhai-vos
na presença do Senhor, e ele vos exaltará.
Tiago 4, 14-15 – (Vós vos julgais capazes de tudo) E,
entretanto, não sabeis o que acontecerá amanhã! Pois que é a vossa vida? Sois
um vapor que aparece por um instante e depois se desvanece. Em vez de dizerdes:
“Se Deus quiser viveremos e faremos esta ou aquela coisa”.
Os exercícios espirituais de Ignácio de Loiola,
tomados de estranheza inicialmente pela Igreja Católica, foram mais bem
analisados, seu conhecimento teológico completado, hoje são aceitos e ele é
reconhecido como santo da Igreja Católica, reconhecido, portanto, como símbolo
de verdadeiro cristão.
Diante de tantas blasfêmias que eclodiam na
sociedade, um colega seu fez uma bela defesa dele. Citou uma passagem
conhecida: “(Deus) Eu queria que alguém me erguesse um muro e se pusesse na
fenda para que vindo o inimigo não destruísse o povo e não encontrei”. Citava-o,
que era aquele que diante dos perigos do pecado e das trevas existenciais
estava se prontificando a ajudar, em lugares que a Igreja temia ir. E como ele
tocou o coração do povo, que o queria tão bem, que atraiu tanto a Igreja a fé e
a unidade da oração por ele e também em reconhecimento de seus esforços, para
que progredissem na fé, para que chegassem a silenciar, a ouvir, a obedecer
dentre tantas outras coisas boas a fazer.
Desistir não deve ser uma opção no trato com nosso
próximo, dizem os formadores católicos. Quero citar um nome que conheci, de uma
pessoa que faz um bom trabalho com a formação familiar, pessoa de um currículo
extenso e admirável, sinal da glória de Deus presente nele. Quero citar o Prof.
Felipe Neri, sempre disposto a orientar os pais na educação de seus filhos.
Para falar de Conversão, gostaria de recomendar as
mensagens de Nossa Senhora de Mediugórie, Nossa Senhora Rainha da Paz. Que
conclama as pessoas a conversão de vida, para que vivam segundo o ensinamento
de Deus, sem mundanismos, sem devassidão, nos chama a prosperar na santidade da
oração, do apresso pela Palavra de Deus, pelo progresso na vida espiritual, que
resulta em multiplicarmos nossas obras de caridade e misericórdia espirituais e
materiais, no zelo para com os necessitados, quer necessitem de bens abstratos,
que nos remete ao bem como conselho, correção etc, como bens materiais para
suprir as necessidades dos mais necessitados.
Tiago 5,5 – Tendes vivido em delícias e em
dissoluções sobre a terra, e saciastes os vossos corações para o dia da
matança! Condenastes e matastes o justo, e ele não vos resistiu.
Nossa Senhora disse: “A falta de conversão magoa o
coração de Jesus, que já não se vê tão afeito a nos proteger, já que nos pomos
como pessoas que prejudicam e banalizam a criação ao invés de levá-las a sua
glória, dar-lhes o devido valor e zelar por sua plena realização e plena
salvação no céu.
Hoje a liturgia diz: “A ninguém Deus deu liberdade
para pecar ou para viver como ímpio”.
Não vos enganeis, desde São Paulo, temos ouvido que
lobos vorazes se introduziriam no rebanho do Senhor para desvirtuá-lo, não
terão cuidado das ovelhas, somente tem intenção de aproveitar-se delas. Há
profecias que tratam de um tema semelhante: “Nos fins dos tempos as pessoas se
voltarão uma contra as outras, dentro da Igreja um se voltará contra o outro ao
invés de se apoiaram mutuamente e se solidarizarem-se, extraviando-se em seus
vãos pensamentos e crendices.
Importa conhecer a Palavra de Deus, a Bíblia e a pôr
em prática, exercitar-se diariamente para converter nossa vida à obediência a
Deus, como Cristo Jesus é o exemplo de obediência maior, que deu sua vida para
que fossemos libertos do pecado, para que uma misericórdia excelsa de Deus
chegasse aos que nele creem e cultivam um santo temor, um santo respeito pela
orientação de Deus, uma santa obediência a Deus.
Aos que creem em Deus, Ele concederá a graça de
guardar-lhe pela frente e na retaguarda, os que não temem a Deus, em vão
estabelecem vigias para guardá-lo, pois virá o inimigo e este não o resistirá.
Vivemos em batalha espiritual, com armas espirituais precisamos nos revestir
para resistir ao maligno, um soldado desprovido de tudo não pode proteger-se do
inimigo, é na fé, na oração, no apego e submissão à Palavra de Deus é que nos
guardaremos de nos perder na vida e na eternidade.
O maligno e seus seguidores rebeldes a Deus
incentivam toda espécie de abusos na saúde, no risco, na sexualidade, mas sabem,
suas vítimas, que não ganham maturidade com suas atitudes imprudentes, mas uma
descrença e uma insensibilidade por haver vivido relacionamentos abusivos, que
não incluíam um vinculo comprometido de amor, o ideal de vida amorosa que Deus
nos fez por primeiro.
O casamento é algo sagrado, a vivência desordenada
da vida fora deste sacramento é pecado, leva ao risco de ser vivido de modo
leviano e sem compromisso, arriscando-se a responsabilidade que a imaturidade
deste tipo de relacionamento não pode suportar, que se dirá se comprometer com
o outro, zelar para consigo mesmo. O nosso sentimento nos trai, nos leva a
satisfazer nosso ego, quando nos damos conta estamos nos prejudicando. Como a
liturgia de hoje nos ensina: “Os planos dos poderosos os conduz a destruição”.
Por fim os incluirá nos seus planos.
Ouvi explanações da escritora Clarice Lispector.
Ela, na juventude, se sentia alienada da realidade, preocupada até certo ponto
com a vaidade das fotos, de sua aparência. Sentia-se morta ou viva, assim que
tinha a opção de escrever algo assim ela se sentia viva, como escritora
amadora, como ela mesma disse ser. Fumante inveterada, ela sofreu queimaduras,
por ter fumado na cama e ter havido por isto um incêndio que a queimou. Não
queria ela mudar o mundo, mas desabafar as situações que ela vivia. Judia de
nascimento, pessoa que se mostrava sem pátria definitiva, cansada de si mesma,
casada, com filhos, mas já com certa idade, separada e sozinha. Perguntada pelo
seu filho mais querido ela se referiu as suas obras literárias. Uma pessoa que
se compadeceu da situação de nordestinos, uma pessoa que amava o idioma
português, do Brasil. Uma pessoa que se sentia como alguém que estava para
nascer, mas não conseguia etc.
Abraço da paz, fé e conversão a vós
Adriano