Caríssimos no Senhor
Liturgia do dia 03/09/2016.
Primeira Leitura (Sb 9,13-18)
Leitura do Livro da Sabedoria:
Qual é o homem que pode conhecer
os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor?
Na verdade, os pensamentos dos
mortais são tímidos e nossas reflexões incertas: porque o corpo corruptível
torna pesada a alma, e tenda de argila oprime a mente que pensa.
Mal podemos conhecer o que há na
terra, e com muito custo compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos; quem,
portanto, investigará o que há nos céus?
Acaso alguém teria conhecido o
teu desígnio, sem que lhe desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo
espírito? Só assim se tornaram retos os caminhos dos que estão na terra, e os
homens aprenderam o que te agrada, e pela Sabedoria foram salvos.
Chamaram-me especialmente a atenção as leituras deste dia, que tive a
oportunidade de ler na Igreja, uma vez que fui convidado a participar da
liturgia e aceitei, já que já tinha experiência em atividade no meu setor,
junto aos meus vizinhos, de oração e meditação da Palavra de Deus.
Fundamenta minha penúltima reflexão, que declara incertas as reflexões
e tímidos os pensamentos dos homens, dos seres humanos em geral quer dizer, mas
chama sabedoria ouvir e escutar os ensinamentos de Deus e seus estatutos e
leis.
Deus quer nosso bem, por isto Ele nos diz isto e aquilo para nossa
alegria, ele contesta até nossas vontades, mais que intervir em nossa vida para
nosso bem, o bem de Deus vem de sua interferência em nossa vida por sua
vontade, somos chamados a por Deus no centro da nossa vida e priorizar sua
vontade e não a nossa, pois quem não põe Deus como seu objetivo, põe o nada ou
o mal no seu lugar.
Acaso alguém teria conhecido o
teu desígnio, sem que lhe desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo
espírito? Só assim se tornaram retos os caminhos dos que estão na terra, e os
homens aprenderam o que te agrada, e pela Sabedoria foram salvos.
Buscar a Deus não quer dizer afastar-se das pessoas, mas ter precaução
e até mesmo nos afastar dos que nos afastam de Deus, nos incentivando uma
atitude prejudicial a nós mesmos e aos outros, pois a boa convivência com os
outros, desejada por Deus, inclui amor aos outros, respeito e boa educação no
trato com os outros, isto é uma verdadeira riqueza do ser humano e não a
vaidade e a arrogância.
Aproximar-se dos que nos aproximam de Deus é caminho para crescer na fé
e na vida do Espírito Santo, na santidade, no bem e na perfeição, de uma
conduta que nos beneficie na vida e na eternidade, junto de Deus, pois a alma
em nós e eterna, ganhará salvação ou perdição conforme for nossa fé e conduta
em vida.
Não pude deixar de concluir comigo enquanto via alguém com tatuagens e
pensei comigo: “As pessoas amam mais a vaidade que a verdade”.
Numa missa o Padre refletiu bem: “Ao invés de cultivar envaidecimentos
e arrogâncias devemos pensar mais em sermos irmãos e caridosos com os outros”.
No curso de Sagrada Escritura do Prof. Felipe Aquino aprendi algo muito
marcante e importante, em que creio que muitos ignoram.
Difícil acreditar que alguém goste de cigarros, já que é tão
prejudicial à saúde e de repulsivo odor.
Quando alguém “gosta” de cigarros põe fogo nele e o queima até o fim,
quando gosta de laranja a descasca e corta ao meio e chupa (eu corto em quatro
e como os gomos resultantes do corte), quando alguém gosta de maçã corta-a e
come-a em pedaços (eu a lavo e meto os dentes no centro e faço um sulco central
e após como a borda lateral que sobra das laterais).
Quando amamos alguém ou a mais pessoas com amor de amizade e
fraternidade nós nos doamos a elas e não pensamos que amor é uso, mas doação,
sacrifício de nós mesmos aos outros, como foi com Jesus a nós que nos deu sua
vida, como Madre Tereza nos ensinou e ensina, é preciso vencer o aborto e
ensinar que o amor que é sacrifício, altruísmo e doação aos outros, com, até
mesmo, prejuízo de nós mesmos por amor dos outros.
Madre Tereza disse algo marcante, belo e importante: “Não seremos
julgados pelo bem que fizemos aos outros, mas com a quantidade de amor que
pomos naquilo que fazemos de bom para os outros”.
Segunda Leitura (Fm 9b-10.12-17)
Leitura da Carta de São Paulo a
Filêmon:
Caríssimo: Eu, Paulo, velho como
estou, e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, faço-te um pedido em favor
do meu filho, que fiz nascer para Cristo na prisão, Onésimo. Eu o estou
mandando de volta para ti. Ele é como se fosse o meu próprio coração. Gostaria
de tê-lo comigo, a fim de que fosse teu representante para cuidar de mim nesta
prisão, que eu devo ao evangelho.
Mas, eu não quis fazer nada sem
o teu parecer, para que a tua bondade não seja forçada, mas espontânea.Se ele
te foi retirado por algum tempo, talvez seja para que o tenhas de volta para
sempre, já não como escravo, mas, muito mais do que isso, como um irmão
querido, muitíssimo querido para mim quanto mais ele o for para ti, tanto como
pessoa humana quanto como irmão no Senhor. Assim, se estás em comunhão de fé
comigo, recebe-o como se fosse a mim mesmo.
Tocou-me no fundo do coração o modo carinhoso que São Paulo se refere a
Onésimo, que ele gerou na prisão, na fé cristã, pelo seu testemunho corajoso de
fé em Jesus Cristo, em Deus.
Ele disse: “Ele é como se fosse o meu próprio coração”.
Enquanto é um laço (como ensina as Sagradas Escrituras) o vínculo entre
pessoas, por mais favorável que sejam seus interesses, os que são de Deus e de
Cristo Jesus, amam com amor de irmão e irmã, com amor fraterno, sem distinção
de pessoas, pois a todos Deus amou infinitamente, por nos ter dado a vida de
seu Filho unigênito, por amor de nós, para remissão de nossos pecados.
Jesus disse nos Evangelhos: “Quem não nascer de novo não poderá entrar
no Reino dos céus”.
Eu diria mais com base na Palavra de Deus: “Não conhece a vida aquele
que não ama e aquele que não conhece Deus não conhece amor e não conhece vida
por isto, só a escravidão do pecado”.
Rejubilam-se e se ensoberbecem em suas posses, mas são escravos daquilo
que possuem, pois não o podem usar para o amor, mas somente para consumir-se no
seu egoísmo, que não os leva para o céu, mas para a condenação.
Relevante frase aprendi em minha vida: “Cristo morreu de braços abertos
para que não vivamos de braços cruzados”.
Segundo o profeta Ezequiel, Deus diz que cada um receberá aquilo que suas
obras merecerem (Ez 11,18-21;7-1-3.27b). Creio ser atual esta palavra e eu não
a relativizaria, ou a tornaria antropológica, esvaziando-a do seu valor e
chamando sabedoria uma reflexão antropológica que a contradiz petulantemente e
hereticamente.
Se ele te foi retirado por algum
tempo, talvez seja para que o tenhas de volta para sempre, já não como escravo,
mas, muito mais do que isso, como um irmão querido, muitíssimo querido para mim
quanto mais ele o for para ti, tanto como pessoa humana quanto como irmão no
Senhor. Assim, se estás em comunhão de fé comigo, recebe-o como se fosse a mim
mesmo.
Aqueles que são cegos e não veem a Deus e a Jesus não podem mais que
caminhar cambaleando, tropeçar e cair, em buracos e em todos os lugares aonde
vão, pois vão no tato e não na visão. Os que têm a vista curada por Deus e
iluminada na fé, na Palavra e no Espírito Santo, perseveram na santidade, na
perfeição, no bem, na pureza; fiéis a Palavra de Deus se extraviam dos caminhos
torpes e escandalosos dos pecadores e se põem nobres e modelos para que os
outros não copiem sua aparência, mas o valor de sua conduta, a nobreza do seu
caráter.
Anúncio do Evangelho (Lc
14,25-33)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de
Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, grandes multidões
acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: “Se alguém vem a mim, mas não
se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas
irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega
sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.
Com efeito, qual de vós,
querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para
ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, ele vai lançar o
alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a
caçoar, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’
Ou ainda: Qual o rei que, ao
sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez
mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? Se ele
vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para
negociar as condições de paz.
Do mesmo modo, portanto,
qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu
discípulo!”
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
O pré-requisito para ser discípulo de Jesus Cristo é renunciar a tudo o
que se tem por amor do Reino de Deus. O que busca achar-se se perderá, mas o
que se perde para encontrar a Cristo se encontrará.
A realidade da vida é exigente e a consciência eivada de vaidade e
egoísmo torna o relacionamento pessoal de difícil para impossível, fechado no
interesse pessoal. Faremos nossos empenhos sociais e afetivos bem sucedidos,
quando dermos o passo de desvincularmos nós mesmos do centro de nossa vida e a
pusermos em Deus e deste modo nossa vida terá como centro o bem dos outros e o
meio a nossa volta será o ideal, cada um pensando no bem do seu semelhante, no
amor ao próximo, pois amar a Deus e ao próximo e não infringir o direito dos
outros é estar em harmonia com a lei e o Direito.
Abraço do irmão, que com carinho gestou esta mensagem por amor de vós
Adriano