terça-feira, 13 de setembro de 2016

Nascido do alto

Caríssimos no Senhor



Liturgia do dia 03/09/2016.

Primeira Leitura (Sb 9,13-18)

Leitura do Livro da Sabedoria:
Qual é o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor?
Na verdade, os pensamentos dos mortais são tímidos e nossas reflexões incertas: porque o corpo corruptível torna pesada a alma, e tenda de argila oprime a mente que pensa.
Mal podemos conhecer o que há na terra, e com muito custo compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos; quem, portanto, investigará o que há nos céus?
Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito? Só assim se tornaram retos os caminhos dos que estão na terra, e os homens aprenderam o que te agrada, e pela Sabedoria foram salvos.

Chamaram-me especialmente a atenção as leituras deste dia, que tive a oportunidade de ler na Igreja, uma vez que fui convidado a participar da liturgia e aceitei, já que já tinha experiência em atividade no meu setor, junto aos meus vizinhos, de oração e meditação da Palavra de Deus.

Fundamenta minha penúltima reflexão, que declara incertas as reflexões e tímidos os pensamentos dos homens, dos seres humanos em geral quer dizer, mas chama sabedoria ouvir e escutar os ensinamentos de Deus e seus estatutos e leis.

Deus quer nosso bem, por isto Ele nos diz isto e aquilo para nossa alegria, ele contesta até nossas vontades, mais que intervir em nossa vida para nosso bem, o bem de Deus vem de sua interferência em nossa vida por sua vontade, somos chamados a por Deus no centro da nossa vida e priorizar sua vontade e não a nossa, pois quem não põe Deus como seu objetivo, põe o nada ou o mal no seu lugar.

Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito? Só assim se tornaram retos os caminhos dos que estão na terra, e os homens aprenderam o que te agrada, e pela Sabedoria foram salvos.

Buscar a Deus não quer dizer afastar-se das pessoas, mas ter precaução e até mesmo nos afastar dos que nos afastam de Deus, nos incentivando uma atitude prejudicial a nós mesmos e aos outros, pois a boa convivência com os outros, desejada por Deus, inclui amor aos outros, respeito e boa educação no trato com os outros, isto é uma verdadeira riqueza do ser humano e não a vaidade e a arrogância.

Aproximar-se dos que nos aproximam de Deus é caminho para crescer na fé e na vida do Espírito Santo, na santidade, no bem e na perfeição, de uma conduta que nos beneficie na vida e na eternidade, junto de Deus, pois a alma em nós e eterna, ganhará salvação ou perdição conforme for nossa fé e conduta em vida.

Não pude deixar de concluir comigo enquanto via alguém com tatuagens e pensei comigo: “As pessoas amam mais a vaidade que a verdade”.

Numa missa o Padre refletiu bem: “Ao invés de cultivar envaidecimentos e arrogâncias devemos pensar mais em sermos irmãos e caridosos com os outros”.

No curso de Sagrada Escritura do Prof. Felipe Aquino aprendi algo muito marcante e importante, em que creio que muitos ignoram.

Difícil acreditar que alguém goste de cigarros, já que é tão prejudicial à saúde e de repulsivo odor.

Quando alguém “gosta” de cigarros põe fogo nele e o queima até o fim, quando gosta de laranja a descasca e corta ao meio e chupa (eu corto em quatro e como os gomos resultantes do corte), quando alguém gosta de maçã corta-a e come-a em pedaços (eu a lavo e meto os dentes no centro e faço um sulco central e após como a borda lateral que sobra das laterais).

Quando amamos alguém ou a mais pessoas com amor de amizade e fraternidade nós nos doamos a elas e não pensamos que amor é uso, mas doação, sacrifício de nós mesmos aos outros, como foi com Jesus a nós que nos deu sua vida, como Madre Tereza nos ensinou e ensina, é preciso vencer o aborto e ensinar que o amor que é sacrifício, altruísmo e doação aos outros, com, até mesmo, prejuízo de nós mesmos por amor dos outros.

Madre Tereza disse algo marcante, belo e importante: “Não seremos julgados pelo bem que fizemos aos outros, mas com a quantidade de amor que pomos naquilo que fazemos de bom para os outros”.

Segunda Leitura (Fm 9b-10.12-17)

Leitura da Carta de São Paulo a Filêmon:
Caríssimo: Eu, Paulo, velho como estou, e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, faço-te um pedido em favor do meu filho, que fiz nascer para Cristo na prisão, Onésimo. Eu o estou mandando de volta para ti. Ele é como se fosse o meu próprio coração. Gostaria de tê-lo comigo, a fim de que fosse teu representante para cuidar de mim nesta prisão, que eu devo ao evangelho.
Mas, eu não quis fazer nada sem o teu parecer, para que a tua bondade não seja forçada, mas espontânea.Se ele te foi retirado por algum tempo, talvez seja para que o tenhas de volta para sempre, já não como escravo, mas, muito mais do que isso, como um irmão querido, muitíssimo querido para mim quanto mais ele o for para ti, tanto como pessoa humana quanto como irmão no Senhor. Assim, se estás em comunhão de fé comigo, recebe-o como se fosse a mim mesmo.

Tocou-me no fundo do coração o modo carinhoso que São Paulo se refere a Onésimo, que ele gerou na prisão, na fé cristã, pelo seu testemunho corajoso de fé em Jesus Cristo, em Deus.

Ele disse: “Ele é como se fosse o meu próprio coração”.

Enquanto é um laço (como ensina as Sagradas Escrituras) o vínculo entre pessoas, por mais favorável que sejam seus interesses, os que são de Deus e de Cristo Jesus, amam com amor de irmão e irmã, com amor fraterno, sem distinção de pessoas, pois a todos Deus amou infinitamente, por nos ter dado a vida de seu Filho unigênito, por amor de nós, para remissão de nossos pecados.

Jesus disse nos Evangelhos: “Quem não nascer de novo não poderá entrar no Reino dos céus”.

Eu diria mais com base na Palavra de Deus: “Não conhece a vida aquele que não ama e aquele que não conhece Deus não conhece amor e não conhece vida por isto, só a escravidão do pecado”.

Rejubilam-se e se ensoberbecem em suas posses, mas são escravos daquilo que possuem, pois não o podem usar para o amor, mas somente para consumir-se no seu egoísmo, que não os leva para o céu, mas para a condenação.

Relevante frase aprendi em minha vida: “Cristo morreu de braços abertos para que não vivamos de braços cruzados”.

Segundo o profeta Ezequiel, Deus diz que cada um receberá aquilo que suas obras merecerem (Ez 11,18-21;7-1-3.27b). Creio ser atual esta palavra e eu não a relativizaria, ou a tornaria antropológica, esvaziando-a do seu valor e chamando sabedoria uma reflexão antropológica que a contradiz petulantemente e hereticamente.

Se ele te foi retirado por algum tempo, talvez seja para que o tenhas de volta para sempre, já não como escravo, mas, muito mais do que isso, como um irmão querido, muitíssimo querido para mim quanto mais ele o for para ti, tanto como pessoa humana quanto como irmão no Senhor. Assim, se estás em comunhão de fé comigo, recebe-o como se fosse a mim mesmo.

Aqueles que são cegos e não veem a Deus e a Jesus não podem mais que caminhar cambaleando, tropeçar e cair, em buracos e em todos os lugares aonde vão, pois vão no tato e não na visão. Os que têm a vista curada por Deus e iluminada na fé, na Palavra e no Espírito Santo, perseveram na santidade, na perfeição, no bem, na pureza; fiéis a Palavra de Deus se extraviam dos caminhos torpes e escandalosos dos pecadores e se põem nobres e modelos para que os outros não copiem sua aparência, mas o valor de sua conduta, a nobreza do seu caráter.

Anúncio do Evangelho (Lc 14,25-33)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: “Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.
Com efeito, qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’
Ou ainda: Qual o rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz.
Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

O pré-requisito para ser discípulo de Jesus Cristo é renunciar a tudo o que se tem por amor do Reino de Deus. O que busca achar-se se perderá, mas o que se perde para encontrar a Cristo se encontrará.

A realidade da vida é exigente e a consciência eivada de vaidade e egoísmo torna o relacionamento pessoal de difícil para impossível, fechado no interesse pessoal. Faremos nossos empenhos sociais e afetivos bem sucedidos, quando dermos o passo de desvincularmos nós mesmos do centro de nossa vida e a pusermos em Deus e deste modo nossa vida terá como centro o bem dos outros e o meio a nossa volta será o ideal, cada um pensando no bem do seu semelhante, no amor ao próximo, pois amar a Deus e ao próximo e não infringir o direito dos outros é estar em harmonia com a lei e o Direito.

Abraço do irmão, que com carinho gestou esta mensagem por amor de vós

Adriano