Caríssimos em Deus Pai e em nosso Senhor Jesus Cristo
No livro de Ezequiel, Deus exorta este profeta a anunciar ao povo os
juízos de Deus (Ez 16,1).
Deus nos fez livres, quer de nós o nosso amor, mas nos dá a liberdade.
Se escolhermos o bem nós receberemos boas recompensas, assim como aquele que na
sociedade faz coisas boas. Os que escolhem fazer coisas más serão
responsabilizados e penalizados por isto, isto é verdadeiro diante de Deus
também.
Jerusalém, na época de Ezequiel, era comparada a uma prostituta cuja
comparação com Sodoma e Samaria, irmãs dela pela má conduta, se pareciam santas
em comparação a ela. Deus conclui: “Envergonhe-se e carregue sua desgraça desde
que suas irmãs parecem santas em comparação a você” (Ez 16,49-52).
Os atos indecorosos e maliciosos não agradam aos nossos progenitores,
que nos amam e mesmo a Deus. Sabei que, se vos comportais assim, trazeis
tristeza aos corações deles.
O quarto mandamento é seguido de uma promessa: “Honra pai e mãe para
que sejais prósperos na terra em que eu vos estabelecer”.
Deus nos ama e faz todo esforço para nos conduzir no bem e numa vida
digna, para nosso bem, mas se nos extraviamos do caminho do bem e nos damos a
maus caminhos, como alguém saberá permanecer e reconhecer que saiu do caminho
do bem? Este se põe a construir sua casa, mas a falta de discernimento os faz
edificar sobre a areia, sobre um terreno muito cheio de água, fraco, em que a
vida vem com suas adversidades e faz desmoronar esta casa e causar grande
tragédia na vida daqueles que moravam naquela casa.
Eu vos exorto, construí vossa vida, fazei com que vossa vida alegre a
Deus, pois a alegria de Deus é nossa força; não vivais como alguém que
envergonha a Deus, porque Deus tudo vê e teremos de prestar contas de nossas
atitudes a Deus, pelo que fizemos de bem ou de mal.
Ez 16,59 – Deste modo diz Deus: “Eu tratarei vocês como vocês merecem,
vocês que desprezam o juramento e quebram a aliança”. Há referência relacionada
também em Ez 16,58.
Felizes aqueles que buscam enriquecer-se para esta vida e para a vida
eterna. Enriquecem-se na vida, não como o filho pródigo que, de tanto dinheiro,
chegou à miséria, mas poderia com sabedoria, fazer de pouco dinheiro muito
mais, sobretudo, não vivendo de modo dissoluto.
Enriquecem-se na eternidade aqueles que não são indiferentes ao infortúnio
dos povos que sofrem muitas tragédias, mesmo os que sofrem e estão próximos de
nós, mas se solidarizam com eles, pelo meio material, mas melhor ainda os que
se compadecem pela carência espiritual, de fé, de uma vivência moral e
religiosa agradável a Deus, para que a vida de ascese deles os possa fazer
prosperar e não ruir na vida.
O povo de Deus vivia em grande infidelidade a Deus e distante de uma
conduta nobre e reta, moral e digna.
Refleti isto recentemente, conversando com alguns conhecidos, ouvindo
músicas que retratam certo descomprometimento com o que é correto, como é
tradicional, músicas seculares e mesmo as que tocam a espiritualidade, deixam a
desejar num sentido de contemplação a Deus e seu seguimento.
Há pessoas que obtém uma formação melhor na fé, vivem mais felizes e
prosperas, mas comprometidos com a vontade de Deus e mais cheios de boas obras
na vida para com seus irmãos e irmãs.
Julgam-se tudo, com juízos insuficientes, fala-se mal do cristianismo,
do catolicismo, mas se esquecem, dentre tantos benefícios, que ele cooperou e
coopera com a sociedade, o benefício das escolas católicas, mesmo incluindo as
faculdades católicas tradicionais, além do benefício excelso na formação de
pessoas, que vem da influência de Dom Bosco.
O que refleti é sobre nossa postura na vida madura , da idade adulta,
que exige de nós sermos seres de palavra, pois mesmo o amor é compromisso. É
preciso obter e viver no relacionamento interpessoal a maturidade da
responsabilidade, sem o qual não podemos sustentar relações de cooperação
mútua. A sociedade está tão mergulhada no materialismo que não se vê no centro
a vida do próximo, pensam que as pessoas gostam de nós, mas nos usam até que o
interesse por nós já não existe, quando se despreza o outro.
Felizes os misericordiosos, pois obterão misericórdia, é o que ensina a
palavra de Jesus. Ai, eu digo àqueles que desprezam seus semelhantes, porque
seu desprezo voltará ao que despreza, assim como a misericórdia oferecida pelo
misericordioso aos outros. Será posta medida boa, calcada e sacudida, pois com
a medida com que medirdes sereis medidos.
Tive a oportunidade de procurar ensinar alguém, acredito que mais
oração eu terei de fazer para transformar esta exortação num ensinamento
aplicado na vida. Eu disse: “Para favorecer os outros devemos fazê-los felizes”. E em outro momento disse: “A Deus agrada mais
que nós sejamos mais generosos, que avarentos e mesquinhos”.
O filme X-Men, traz este pensamento, mas está sempre longe de educar as
pessoas, isto é transparente, as pessoas tomam contato com pensamentos nobres,
mas continuam vivendo da mesma forma antiga e repreensível, como diz o filme: “Compartilhar
a vida não é, do homem, um dos atributos mais característicos”. O que eu
compreendi de uma asserção próxima deste é que o homem não sabe compartilhar a
vida, pois o egoísmo é uma limitação que custa o ser humano a transcender.
Em Ezequel 16,19;17,17-18, Deus diz que os que se fiam no poder dos
homens e rompem juramentos perecerão. O casamento é um desafio penoso para
muitos casais, em certas fases dele, mas entre pessoas descomprometidas e
imaturas este vínculo não pode progredir, tende a findar-se e se finda. A vida
gerada é compromisso para a vida toda, como uma pessoa descomprometida pode
responsabilizar-se por ela para a vida toda, se o sim dela é para um momento e
não para um segundo momento próximo?
Deus a Ezequiel falava da prostituição do povo de Deus (Ez 16,19-20.35-37),
mas também é prefiguração daqueles que arriscam ser infiéis a Deus, vivendo
imaturamente e irresponsavelmente com o compromisso com o próximo e com a vida,
e também com a própria vida.
Não vos enganeis, os que não se propõem a agradar e servir a Deus, não
serão admitidos na morada santa e eterna dos céus, por isto repreendo os que
vivem contrários a vontade de Deus, para que deixem os caminhos tortuosos, medíocres,
impuros e imundos e perseverem no caminho do bem, da humanidade e da
misericórdia.
Que ganha aos homens de fiar-se na ignorância e estupidez dos
insensatos e ignorantes? Convém se dar a Deus que nos ama e zela para nosso
bem.
Abusar da vida parece ser preocupação dos que se aproveitam delas de
maneira antinatural, contrário as tradições passadas. Mas vos tenho a dizer que
não educamos bem as pessoas incentivando-as à prostituição, a uma vida de
vícios na sexualidade e outros mais.
Deus nos quer puros, não há como um marido ou esposa conservarem-se
fiéis e moderados se eles vivem desregradamente, a boa educação nos conduz ao
domínio de si.
Deus nos deu o trabalho para que vivamos na virtude, mas devemos
resistir às tentações de usar de nossos ganhos imaturamente, financiando os
vícios, do contrário, aquilo que poderia nos construir a vida, nos leva a
caminhos de perdição e penúria. Cirrose, doenças pulmonares e outros males
decorrem de uma vida que prima por autodestruir-se ao invés de se edificar.
Aquele que acolhe o testemunho de Jesus ouve a verdade, pois Ele veio
dar testemunho da verdade, aquele que morreu, mas ressuscitou, pois os que
vivem para Deus vivem para sempre junto a Deus.
O maligno e seus porta-vozes, os rebeldes a Deus, mentem, pois ele é o
pai da mentira e quando mente faz o que lhe é próprio.
Segunda Leitura (2Tm 3,14-4,2)
Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo:
Caríssimo: Permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como
verdade; tu sabes de quem o aprendeste. Desde a infância conheces as Sagradas
Escrituras: elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação
pela fé em Cristo Jesus.
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para
argumentar, para corrigir e para educar na justiça, a fim de que o homem de
Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra.
Diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de vir a julgar os vivos e os
mortos, e em virtude da sua manifestação gloriosa e do seu Reino, eu te peço
com insistência: proclama a palavra, insiste oportuna ou importunamente,
argumenta, repreende, aconselha, com toda a paciência e doutrina.
Abraço de vida, de prosperidade e fé cristã a todos vós
Adriano
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