segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Vinde para águas mais profundas


Caríssimos no Senhor Deus, amados irmãos no Cristo do Senhor

Deparei-me com esta frase recentemente: “Alto é o preço da liberdade”.

Prudência, oração e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

A liturgia católica deste Domingo: 25/08/19 diz isto na Segunda Leitura: “A repreensão de um pai não traz alegria de começo, mas produz fruto de paz e justiça com o tempo”.

Andar no caminho reto de Deus, aprender Dele a verdade, a justiça e o amor caridade são base para viver uma vida bem estruturada, para não vir a naufragar diante das dificuldades da vida.

Quando Jesus resistiu em atender uma mulher de um povo idólatra, ele foi duro com ela, repreendendo-a pela idolatria dela dizendo: “Não deveis dar o pão dos filhos aos cachorrinhos”.

Nisto Ele disse a ela: “Não dê suas coisas aos ídolos falsos, do egoísmo e de poder ilusório, mas dê antes suas coisas aos seus filhos. Quem tira dos filhos para dar aos cães era tradição chamá-lo de cães.

Difícil é educar bem os filhos quando não se tem estrutura firmada na fé em Deus, no caminho da Palavra de Deus, a Bíblia, que nos forma na justiça, num mundo de tantas tentações para nos extraviar e nos fazer perder em coisas nocivas e dispensáveis, não raro fazem valorizar mais coisas passageiras que eternas, a vida eterna com Deus e sua bênção, por vaidades passageiras e irrisórias, embustes para nossos sentidos que se empenham por satisfazer-se de coisas supérfluas e banais, penso que os sentidos se fatigam, mas aquele que enche o coração de Deus se satisfaz de perfeição e santidade, algo grande que realmente nos completa.

Uma irmã que conheci disse ao seu público pela via da TV, que ela estava no convento por motivos secretos. Imaginei que ela fizesse uma melhor escolha, pois se pouparia de tantos desgastes dos que vivem a vida secular, abraçando o sacramento do matrimônio corretamente e dignamente, ou vivendo outra vocação diferente da dela.

Mas veio a mim uma nova percepção do porquê dela fazer isto: “Ela aguarda o amor mais perfeito, o amor que é Deus mesmo, Cristo Jesus, Deus que se manifestou a nós”.

Não digo que a escolha dela é a única correta, mais a melhor. Há quem construa bem sua vida, não necessariamente nesta vocação, vivendo dignamente diante de Deus e dos homens, comprometendo-se com a vida e se empenhando por edificá-la, compartilhando com ela o zelo para o progresso mútuo.

Os livros sapienciais da Bíblia nos dizem que grande é a graça da bênção do pai e também a bênção da mãe, muito nocivo também é a maldição de um e outro, sobre filhos e filhas desnaturados.

Feliz os bons filhos e filhas, que ouvem seus pais, seus familiares, não lhes causam desgosto, mas acolhem seus conselhos e andam segundo estes, que ressentem de ouvir os maus conselhos do mundo e dos mundanos, mas prezam o conselho de Deus e de seus enviados.

Se assim tem valor a bênção dos pais, que direi sobre a benção ou a maldição de Deus, sobre aqueles que lhe são obedientes ou que são rebeldes?

A existência humana foi criada na sabedoria e na sabedoria ela se mantém, mas ai dos que caminham na ignorância, agindo e reagindo com base na ignorância, acabam por serem injustos e atentam contra a vida, própria e de outros mais. Julga-se corretamente usando de critérios justos e sábios, assim se dá valor correto a verdade e ao bem, ao que é justo e digno de valor.

Valor não possui aquele que tem algo, mas aquele que respeita seu semelhante, algo básico de alguém com muito valor, este antes valoriza a vida e seu semelhante, a pensar que sua grandeza depende daquilo que possui corretamente, ou mesmo pensa em se apropriar ilicitamente do que pertence a outros, isto também é desrespeito, falta de educação.

Deixemos as coisas banais e supérfluas, um dia elas fenecem; um dia nos damos conta que estamos diante de uma miragem de vaidade, não é algo concreto, não preenche o coração.

Não mais me esqueci desta frase que aprendi nos ensinos da Igreja: “Se não buscares as coisas de Deus, nossa busca será incessante, pois buscaremos em vão o que não nos saciará. O coração tem espaço para ser preenchido com Deus e com nada menos que isto, isto é o principal em nossa vida”.

Tudo tem o seu valor e sua necessidade, nem tudo nos convém, não podemos extrapolar seu valor, nem idolatrar o que não é Deus.

O ser humano tende a conhecer o bem e o mal, vivenciá-lo sem discerni-lo. Precisa de Deus para ajudá-lo a discernir com sabedoria, por si só o ser humano equivoca-se, erra, se prejudica e cria injustiças contra outrem.

Devemos viver com profundidade a sabedoria, que está presente em Deus, que nos diz que não somos o centro do mundo, mas devemos cuidar dos outros antes de nós mesmos, amar é considerar antes o bem de outros que os nossos. Não ama realmente quem privilegia seu ego e seu interesse em detrimento da necessidade de um ser amado, ou um dependente dele, isto é antes uma infantilidade que um ato de maturidade.

Deus é nosso paradoxo, Ele é pleno de altruísmo, nós somos miseráveis nisto, mas Deus nos quer unidos a Ele, na oração, no estudo da Palavra de Deus, a Bíblia, no sacrifício de nós mesmos, nos esforçando por sermos mais justos, filhos de Deus mais obedientes, corretos e nobres, preocupados antes em fazer o bem que entesourar vaidades e consumir-se em engôdos, preocupados antes em lançar o alicerce de nossa vida que, bem estruturada, madura, prudente e responsável, lança antes Deus por alicerce e as pessoas que nos rodeiam e nos apoiam como contra-piso, as forças e intempéries vem sobre esta casa, seu alicerce não oscila, mas aquele que edifica sua casa na areia, longe dos conselhos de Deus, não suportará a provação que a vida nos traz.

Num encontro da Canção Nova, os pregadores tiveram esta inspiração de falar, com base na Bíblia: “Deus quer que nós sejamos intercessores diante de Deus, como um vigia que constrói um muro de proteção para o povoado, que fica na brecha para que o inimigo por ela não passe”.

Não são somente as coisas boas que a vida nos traz, existe: o bem e o mal, a vida e a morte, a sabedoria e a ignorância, a vaidade e o essencial, o sucesso e o fracasso. Na existência há sempre dualidade, como existe a luz e a escuridão.

Não devemos viver a vida como se fosse um playground, onde nos divertimos como crianças com tudo que nos é apresentado, há coisas que são nocivas a nós e aos que queremos bem. É na oração que acabamos por discernir uma coisa da outra, na oração haveremos de sensibilizar a Deus para que não nos perca por nossa má maneira de viver, mas possa antes ter piedade e misericórdia de nós nos mostrando o que é correto, santo e belo, digno e vivificante, para que não nos percamos e nem àquele que queremos bem. Jesus por vezes se fatiga do mau comportamento de muitos, desejaria Ele antes condenar o incorrigível; é dever dos intercessores lutarem por eles para que não tenham por destino o fogo do inferno, não tenham por futuro, a consequência de escolhas: desastrosas, imaturas, imprudentes e ignorantes.

Abraço da paz, justiça, prudência, oração, sacrifício e zelo a vós

Adriano

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