segunda-feira, 29 de setembro de 2014

De peso e medida



Caríssimos em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo

O Senhor me faz refletir sobre vários assuntos, acabo de refletir sobre um e logo outro o Senhor suscita a mim. Diz-se que aqueles que andam ouvem a voz dos santos. Não é privilégio meu, é uma questão de buscar intimidade com Deus, a querer bastar-se se achando capaz de tudo, enquanto não somos capazes de resolver tudo, ajuda mais significativa é aquela que advém do alto, de Deus.

Numa compreensão superficial poderiam julgar que este tema escolhido tem a ver com peso, ou massa em uma balança.  Tem a ver com o uso de uma fita métrica para medir a circunferência umbilical de alguém. Acaso poderiam pensar que um valor maior nestes parâmetros pode significar mais, mas superficialmente e sabiamente, muitos já estão instruídos, que o bom é reduzir os valores de um e outro parâmetro até um valor onde a saúde seja alcançada e conservada.

De uma frase em um desenho de animação aprendi: “Sem dor, sem valor”. Penso que com o poder, vem a dor, suportada pelo grau de nosso amor.

Nossa vida tem valor quando suportamos as cruzes alheias, enquanto não estamos cuidando de nossas próprias cruzes. Suportamos uns aos outros em sua miséria, pois a misericórdia é exigência constante de nossa vida, atitudes de verdadeiros cristãos, de verdadeiras pessoas de Deus.

Grandes são muitos homens e mulheres de Deus, quero tecer meu elogio a Padre Júlio Maria e a tantos outros que, ao invés de marginalizar e criminalizar menores de rua os acolhe e lhes dá formação e oportunidade de vida.

Esta frase cabe mais a Dom Bosco, mas eu também admiro a obra de Padre Júlio Maria que fundou uma instituição que dá formação escolar para as crianças, os acolheu e enfrentou todas as adversidades que vem do convívio e da formação, que não era somente acadêmica, mas abrangia a formação pessoal, sob a orientação religiosa e social, que deriva dela.

Deus contribui em nós para que sejamos criaturas novas sob o influxo da fé e do temor a Deus, pelo estudo da Palavra de Deus e pela oração, para priorizarmos a misericórdia e o amor, o zelo e um santo e edificante convívio, para que ele seja: plantado, brotado e bem frutificado.

A casa de Deus é como o coração de Deus, o coração de Cristo Jesus, uma casa aberta a acolher a quem deseja adentrar nela, não espera que seja uma criatura nova em Cristo, mas que deseje perseverar neste caminho de aprimoramento.

Muitos se frustram com os filhos e filhas da Igreja, e acaba por refletir na visão da própria Igreja e mesmo de Deus e seu Cristo. Mas Deus, Cristo e a Igreja não tem relação com isto, é preciso que tenhamos misericórdia para bem vivermos uns com os outros, vivamos realmente a fé, que consiste em acolher o mais leve e o mais pesado, o homem velho sem Deus, ou o ser, quer seja velho ou mais novo em Cristo, pois em Cristo todos eles são renovados, neles tudo o que era velho passou, eis que tudo se fez novo (Apocalipse).

 O convívio na Igreja é muito favorável ao convívio social, pois todos são convidados a favorecer um verdadeiro encontro com Cristo para com seus irmãos, para que se convertam, ou seja, que morram para o pecado para viver para Deus, para que se cumpra neles a vontade de Deus e não a sua própria vontade que tende a ser: mesquinha, miserável e egoísta.

Já se falou muito entre os estudantes formados de teologia, que o convívio é que mostra os verdadeiros cristãos, os que são verdadeiramente de Deus; uns se sentem confortáveis de falar de fé, mas no conforto de ambientes mais estáveis, não raro, de solidão.

A família que é constituída no amor e sob a graça e a providência poderosa e santificante de Deus é testada para desenvolver neles o amor e provar-lhe o amor que eles têm entre si.

Quem é menos amado e menos respeitado tem menos capacidade de amar e ser amado, é preciso que não nos neguemos a mostrar amor pelos que convivem conosco, pois eles são como reservatórios daquilo que neles plantamos. Plantados neles boas coisas retornarão a nós boas coisas, sendo, ao contrário, más coisas, obteremos uma medida excedente deste mal.

O objetivo da vida não é o enriquecimento, mas nossa dignificação, precisamos ser dignos em qualquer nível social que a vida nos tenha conduzido. Pessoas muito poderosas podem perder tudo o que têm se lhes falta o valor moral e religioso, ao passo que já têm tudo os que têm uma vida modesta, que não sentem falta de nada, porque se completam com Deus.

A vida é cruz e quem não está disposto a levar a cruz de sua vida sob o poder de Deus acabará por não ser digno de viver. Encontramos uma fonte enorme de vida quando amamos os outros, pois podemos fazer com que sua cruz seja mais leve, agindo assim acharemos sentido para nossa vida, até mesmo poderemos nos sentir realizados. Nós perdemos o sentido da vida quando deixamos de sentir, devemos sempre buscar brechas para fazer com que nossos sentidos sintam o que os agrada, do que é sagradamente aceito.

Os egoístas são como pessoas que procuram saciar suas fomes com alimentos não integrais, sem fibra, se esgotam em buscar o que comer e não se saciam, acumulam peso sobre si mesmos e, não bastando levar a si mesmo levam todo excedente de peso sobre si, sobrecarregando seus ossos, o funcionamento do seu organismo, comprometendo-o em tudo o mais. Nem lhe passa a ideia de se solidarizar para com seu próprio organismo.

No estudo bíblico que pude adquirir, audiobook do Prof. Felipe Aquino, ele aborda os livros sapienciais, respectivamente o livro dos Provérbios, onde se pode refletir nesta verdade: “O temor ao Senhor é o princípio da sabedoria”. “O ignorante rejeita a instrução e a prudência”. Não repreendo que as pessoas busquem ajuda no meio de profissionais de saúde física, psicológica e mental, mas eu gostaria de saber o porquê de menosprezar o auxílio de Deus.

Se de fato o objetivo é estar bem em plenitude e não só tratar superficialmente nossos problemas, nós deveríamos pensar em Deus, pois uma abordagem teológica acaba por abordar o ser humano de modo completo, no âmbito: espiritual, psicológico, emocional e físico, e nesta ordem.

Ser alguém de peso e de valor é ser alguém capaz de influenciar em sua vida e na vida dos que o rodeiam, uma pessoa para influenciar a sociedade. Em tempos de Internet e telecomunicações integradas é momento propício para os que podem disseminar uma mentalidade desumanizante para atender interesses egoístas e destrutivos, mas também é tempo propício para os que são cheios de Deus manifestar o amor que Deus plantou em seus corações para que partilhem com os outros, para fazerem a diferença em suas vidas.

Assisti num desenho uma criança ser maltratada por seu irmão mais velho, ela foi instruída por outro que buscasse a ajuda de outra criança poderosa, que a orientou a deixar que ele cuidasse de seu irmão para que ele não mais tivesse problema com ele, sob um favor que ele pediria depois (recomendo saber com antecedência disto). Seu irmão se arrependeu e pensou em defender seu irmão, mas este só aspirava fazer mal ao seu irmão. O menino rico chegou perto de seu irmão mais velho e cantou-lhe uma música para que valorizasse sua família e seu irmão, que procurasse ser doce e não amargo com os outros. De início ele riu (o irmão mais velho), mas dada a constante insistência dele, já a beira de enlouquecer, ele aceitou não mais fazer mais mal ao irmão, para que ele o livrasse desta importunação.

A pessoa de valor sabe orientar o que o circunda ao progresso e à harmonia, diferentemente do desestruturado que é vítima constante e indefesa das injustiças do meio.

Não podemos aumentar os problemas que a vida nos traz, podemos tentar resolvê-los quando eles se nos apresentam, mas oferecer a Deus e pedir a Deus que nos dê meios de resolvê-los.

Ter paciência e sofrer, sermos incansáveis para buscar recursos que nos permitam resolvê-los, não nos escandalizarmos e nos perdermos, mas, sobretudo nos orientar a que não busquemos coisas que estão acima de nosso alcance possuir. Se nos proíbem subir em um alto arranhaceu, louvemos a Deus, pode acontecer de querermos saltar de lá e não nos tornarmos evoluídos suficientemente para sairmos voando de lá.

Faço este apelo a todos, busquem a Renovação Carismática Católica para conhecer mais a Deus e a Palavra de Deus. O conhecimento da Palavra de Deus é conhecimento de Deus (Houve um santo marcante na Igreja, busquei refêrencia dele sem encontrá-lo, ele disse: “Não se pode conhecer o Cristo sem conhecer as Sagradas Escrituras”).

É preciso nos empenhar para nos tornarmos pessoas novas em Cristo, em Deus. Resistirmos a já tão danosa concepção de que podemos viver sem Deus, o modo empírico de viver, a palavra é rebuscada, mas de extraordinário ela não tem nada, é, em verdade, expressão mais evidente e clara de ordinariedade e ignorância (Is 9,16).

Com base no Catecismo em Espanhol que uma amiga me emprestou achei esta frase de São Cipriano: “Ninguém pode ter Deus por Pai se não tem a Igreja por Mãe”.

Repugnam-se tanto as injustiças que sofrem as pessoas durante a sua vida, mas na hora de reprimi-las, na hora de repugnar o pecado nós nos sentimos constrangidos diante de um mundo pérfido, contrário à moral e aos bons costumes, cheios de palavras figuradas, quando não de atitudes execradas.

O coração do Pai foi tocado pelo amor, o Pai nos amou e nos enviou seu Filho, não para que o mundo fosse condenado, mas para que ele fosse salvo por Ele, para nos dar o exemplo de que devemos acolher nossos irmãos, que assumamos uma terra cheia de espinhos e abrolhos, por vezes infértil para fazer dela algo que, no futuro, possa nos proporcionar algo bom, a nós e aos outros.

São Pio de Pietrelcina: “A pessoa que nunca medita é como alguém que nunca se olha no espelho e, assim, não se cuida e sai desarrumada. A pessoa que medita e dirige seus pensamentos a Deus, que é o espelho de sua alma, procura conhecer seus defeitos, tenta corrigi-los, modera seus impulsos e põe em ordem sua consciência”.

Tenho uma camiseta que diz: Feliz 2014 – Buscai as coisas do alto: A passagem se encontra em Col  3,1. São Paulo exorta a que as pessoas já não vivam como os que são do mundo que vivem como animais, sob seus desejos carnais, mas como homens (seres humanos) espirituais, que vivam na santidade, vivendo uma vida ao agrado de Deus. Exortei assim alguém próximo que buscou ler o texto de minha camiseta.

Da Liturgia de Domingo dia 21/09/2014 marcou-me esta passagem que eu gostaria de encerrar: “Cumpre, somente, que vos mostreis em vosso proceder dignos do Evangelho de Cristo”.

Abraço de misericórdia e paciência de Cristo a nós todos

Adriano

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